Escolas criativas apoiam seus alunos

Não é um capricho, mas antes um profundo interesse que coloca a criatividade em ponto-chave da agenda humana. A situação humana em si própria exige criatividade” 

Alice Miel

Para fazermos coisas novas e obtermos resultados diferentes daqueles que temos tido até o momento é preciso, inicialmente, pensarmos em coisas novas. E pensar de um outro jeito, usando e combinando novos modelos mentais é o que podemos chamar de criatividade, que ainda pode ser entendida como um “processo mental de geração de novas ideias e que possuam valor, seja por pessoas ou grupos”. 

As respostas às demandas dos tempos atuais, tem exigido um certo grau de refinamento do pensamento humano, fazendo com que haja uma articulação do conhecimento com uma observação ampliada e precisa do ambiente interno (autoconhecimento) e externo (realidade). 

Contudo, esse olhar espectro sofre restrições devido ao modelo de educação cartesiano que tivemos ao longo de nossa existência, desde a mais tenra idade. “Não pode”, “É perigoso”, “O seu pai vai brigar”, “Que criança curiosa!” foram expressões que inundaram os nossos ouvidos e as nossas mentes, bloqueando o acesso para um mundo de descobertas e possibilidades. E mais, na escola em geral só aprendíamos um caminho (linha de raciocínio) para chegarmos à resposta. 

Estudos realizados nos Estados Unidos, relatados no livro “Ponto de ruptura e transformação”, de George Land, revelam numa pesquisa realizada inicialmente em mais de 200.000 pessoas que com o passar dos anos a criatividade declina devido aos bloqueios mentais criados ao longo da vida. Nesse estudo ficou comprovado que quando temos 5 anos de idade apresentamos um percentual de 98% do nosso potencial criativo; aos 10 anos temos 30%; aos 15 apenas 12% e depois dos 25 anos somente 2% das pessoas se mostram altamente criativos, considerando como parâmetro a originalidade das ideias.

 Na pesquisa foi constatado que a família, a escola e as empresas foram as grandes responsáveis por esse quadro, porém, essa mesma pesquisa e a prática mostram que esse processo pode ser revertido.

 Que tal deixarmos as nossas crianças e jovens criarem dentro das escolas? Essa pergunta é extremamente perversa porque nós mesmos somos frutos dessa educação limitadora e, como tal, como poderíamos fazê-lo diferente? Esse é o nosso desafio, encontrar um novo jeito de agir. 

Para tanto, podemos começar abandonando a nossa zona de conforto (alguém já disse: “Na zona de conforto não existe mudança”) para nos liberar dos bloqueios que impedem o pleno uso da capacidade mental, considerando que a criatividade pode ser estudada, compreendida e desenvolvida por qualquer pessoa em qualquer tempo e, dessa forma, nos abrindo para um mundo de possibilidades através do encorajamento do interesse em nossos alunos pelo conteúdo e convidando-os ao uso de uma variedade de processos mentais, tais como, expansão e associação de ideias, comparação e dedução e a comprovação de ideias através de envolvimento pessoal.1

1 Miel, Alice. Criatividade no ensino. IBRASA; São Paulo. 1993.

Texto de Exemplo